Thursday

Sol Invictus “The Cruellest Month” (Auerbach / Prophecy, 2011)

Confesso que já andava extremamente desiludido com as cenas Dark Folk, Medieval e Industrial. Até mesmo as últimas edições da Cold Meat não traziam nada de especial. Exceptuando um punhado de nomes, os referidos cenários estavam, na minha modesta opinião, moribundos. “The Cruellest Month” é o disco que está a reavivar esse interesse e confiança já perdidos. Tony Wakeford volta após seis anos com um novo trabalho de estúdio, novos colegas de armas e nova editora. Treze novos temas do mais negro, depressivo e pessimista Dark Folk, com toques de Industrial e Medieval. As letras continuam frias, pessimistas e apocalípticas. Nas palavras de Wakeford: “é uma meditação no envelhecimento e declínio como indivíduos, impérios e estados. Lida com a questão da crueldade da vida ser apenas um reflexo da crueldade de deus, ou se somos simplesmente cruéis porque sim. É uma zona livre de utopias”. Entre temas originais e alguns tradicionais, devidamente transpostos ao universo Sol Invictus, são cerca de 57 minutos que me agradaram imenso. Bemvindo de volta Sr. Wakeford! www.prophecy.cd / www.myspace.com/solinvictushq
95%
RDS

The Flying Eyes “Done So Wrong” (Trip In Time, 2011)

Este é já o segundo álbum dos Norte-Americanos The Flying Eyes. Os 10 temas que compõem este disco têm uma sonoridade fortemente apoiada nos 70s, mas ainda conseguem ir buscar influências mais à frente no tempo. A nota de imprensa já refere os nomes mais fortes e são, evidentemente os que vêm à cabeça numa primeira audição: Black Sabbath e Danzig. Um Hard Rock que tem mais de psicadélico e de Blues do que de pesado, esporádicos toques de Folk, e com um som lo-fi e fuzzy que se traduz numa experiência fortemente hipnótica. Não serão necessárias drogas, pois a música por si própria consegue induzir-nos num estado de hipnose extremo. Muito bom. www.tripintime.de / www.myspace.com/theflyingeyes
75%
RDS

Slim Cessna’s Auto Club “Unentitled” (Alternative Tentacles, 2011)

Os Slim Cessna’s Auto Club têm sofrido diversas mudanças de line-up ao longo do tempo, e até o seu estilo musical já não é aquele Country mais tradicional, tendo-se transformando em algo mais negro, mas a essência continua intacta. Embora o feeling seja algo positivo, desenganem-se, a sensação é errada, pois o Sr. Slim Cessna apoia-se muito no humor negro, sarcasmo e nos ambientes decadentes do interior da América. Há algo de bipolar que me atrai na música deste projecto. Pessoalmente, detesto Country, mas este álbum ouve-se bem de início ao fim e, sem darmos por ela, já acabou. No entanto, não me faz carregar “play” de novo. Ajudado por Munly Munly na voz e elementos de bandas como Tarantella, Blood Axis, The Denver Gentlemen, entre outros, destila 9 novos temas de Dark Country / Gothabilly / Punk Folk que fará as delícias dos fãs do género. www.alternativetentacles.com / www.slimcessnasautoclub.com
60%
RDS

Citizen Fish “Goods” (Alternative Tentacles, 2011)

Dia 1 de Março marca a edição do oitavo longa-duração dos Britânicos Citizen Fish. Já lá vão 21 anos desde que se formaram, após a dissolução dos Subhumans e Culture Shock. Mesmo após o regresso dos Subhumans, lá continuaram no activo. “Goods” surge pouco depois do split com os Leftover Crack e contém 13 temas da habitual fusão Punk e Ska, sempre muito dançável, positivo, animado, mas com as típicas letras sócio-políticas e interventivas. Este é, aliás, um dos pontos positivos, as letras inteligentes, com substância, e que nos fazem pensar e ter vontade de ser mais activistas; muito diferentes do “sem futuro” do Punk dos inícios. Algo do novo por aqui? Não. Mais do mesmo. E ainda bem. www.alternativetentacles.com / www.citizenfish.com
RDS 75%