Tuesday

Satoko Fujii & Natsuki Tamura

Depois de aqui ter revisto 6 discos de Jazz Avantgarde vindos do Japão, da Libra Records, eis que me chegam às mãos mais algumas das gravações de Satoko Fujii e do seu marido Natsuki Tamura. Mais uma vez o digo, eu não sou nenhum connaiseur do estilo, nem sou músico para discutir aspectos técnicos, sou apenas um ávido fã e coleccionador de música. Sem restrições de estilos. É boa ou má música (tendo em conta os tons de cinzento, não apenas os brancos e pretos), apenas isso. É, portanto, nessa perspectiva, que passo então a descrever esses discos e o seu conteúdo, por ordem cronológica.

Natsuki Tamura – A Song For Jyaki (1998) – Leo Lab Records
Apenas um músico, o próprio Tamura. Um único instrumento musical, o trompete. São 12 temas, composições ou experiências sonoras no dito instrumento. Ultrapassa os 55 minutos de duração. Pode ser algo monótono, aborrecido ou até mesmo enervante, isto se não forem, ou trompetistas, ou fãs de Jazz em todas as suas vertentes ou fãs de música experimental. Algumas faixas resultam melhor que outras. É daqueles discos que devem ter dado mais gozo ao músico de tocar e gravar do que o resultado final dará ao ouvinte. De qualquer modo, como já disse, há algumas faixas que até resultam bem. Ouçam, tirem as vossas conclusões, escolham os vossos temas preferidos. É necessário mente aberta, acima de tudo, para encarar este disco. 65% Leo Lab Records: www.atlas.co.uk/leorecords/

Natsuki Tamura – White & Blue (1999) – Buzz Records
Tamura (trompete) alia-se a Jim Black (bateria, percussão, faixas 1 a 5) e Aaron Alexander (bateria, percussão, faixas 6 a 10). São 10 temas, todos com o mesmo título, “White & Blue”, apenas diferindo na numeração que segue o título. Muito experimental, ligeiro, e com algo que eu não gosto muito no Jazz, e até na música clássica, e que me faz fugir a sete pés, que é, muitos espaços em “branco” (leia-se: silêncio ou quase silêncio). Mais um daqueles discos que devem ter dado mais gozo aos intervenientes do que o que o resultado final dará ao ouvinte. Saliento algumas faixas que me agradam mais como 5, 6, 7 e 9. 50% Challenge / Buzz Records: http://www.challenge.nl/

Natsuki Tamura Quartet – Hada Hada (2003) – Libra Records
O Natsuki Tamura Quartet é 100% Japonês e é composto pelo próprio Tamura no trompete, Takayuki Kato na guitarra, Satoko Fujii no sintetizador e Takaaki Masuko na bateria. O estilo anda numa linha de Jazz Rock algo experimental e psicadélico com toques exotica, lounge e ainda de bandas sonoras de filmes de terror / suspense / thriller / film noir. São 8 composições de Tamura em cerca de 51 minutos de duração. De referir que a masterização foi feita por Tatsuya Yoshida, baterista dos Japoneses Ruins. Gostei do que ouvi. Até agora o disco que mais gostei deste pacote promocional. Para fãs dos estilos acima descritos e, porque não, também de Industrial. 85% Libra Records: http://www2s.biglobe.ne.jp/~Libra/

Satoko Fujii feat. Paul Bley – Something About Water (2004) – Libra Records
Discos a solo de músicos de Jazz incomodam-me logo à partida. Ora, aí vem algo extremamente monótono, pleno de exercícios masturbatórios que vão dar um gozo enorme ao músico e a ninguém mais, penso logo. Ora, neste “Something About Water” ficamos a meio caminho. A senhora tem formação superior em conservatório, e isso pode ser mau ou bom. Por um lado, sabe o que está a fazer, tanto em termos de composição como de execução, mas o resultado final pode soar muito mecânico e desprovido de emoção, peça fundamental em todo o tipo de arte. Não é o que acontece aqui, e isto não soa de todo frio e calculista, pelo contrário, nota-se alguma alma. Se és fã ou músico, estas composições ao piano irão agradar-te, senão, foge a sete pés. Não é que eu não goste, isto até está muito bem feito, e há aqui algumas passagens bem agradáveis ao ouvido, mas não é a minha predilecção. De qualquer modo, tenho de dar o crédito à senhora e dar-lhe alguns pontos extra. Falta ainda referir que em 8 dos 11 temas Satoko Fujii é acompanhada por Paul Bley e que as gravações são de 1994/1995. 75% Libra Records: http://www2s.biglobe.ne.jp/~Libra/

Tamura + Sharp + Kato + Fujii – In The Tank (2005) – Libra Records
Quarteto que engloba Natsuki Tamura no trompete, Elliot Sharp no saxofone soprano e guitarra, Takayuki Kato na guitarra e Satoko Fujii no piano. A gravação foi feita ao vivo no Sakura-mate em Kumagaya, no Japão, a 20 de Março de 2001. São 4 faixas puramente experimentais, que perfazem 68 minutos de som. Este pode ser arquivado lado a lado com o anterior, “Hada Hada” do Natsuki Tamura Quartet, sem qualquer problema. A parte gráfica ficou a cargo do artista Japonês Shikikatsu Nakamura, o qual se baseou nas gravações para criar uma instalação de arte, incorporando anamorfose. Tudo o que seja nesta linha experimental é sempre bem-vindo da minha parte. 80% Libra Records: http://www2s.biglobe.ne.jp/~Libra/ / Shikikatsu Nakamura: www.d3.dion.ne.jp/~shiki

Satoko Fujii Quartet – Angelorn (2005) – Libra Records
Quarteto 100 Japonês ldierado por Satoko Fujii (piano) e que inclui o seu marido Natsuki Tamura (trompete), Takeharu Hayakawa (baixo) e Tatsuya Yoshida (baterista dos Japoneses Ruins). Aqui segue-se um formato mais Jazz Rock com toques progressivos. Este é mesmo o meu disco favorito de todo este pacote. Todas as faixas são fantásticas! Recomendo vivamente a fãs de Jazz Avantgarde, Jazz Rock, Rock Progressivo, música de fusão e experimental, e de nomes como Ruins, Miriodor, Univers Zero, Soft Machine, Hamster Theatre, Ornette Coleman, etc. 95% Libra Records: http://www2s.biglobe.ne.jp/~Libra/

Satoko Fujii Orchestra NY – Undulation (2006) – P.J.L.
Mais um daqueles que eu gosto. Jazz bem mexido, com toques de fusão, Jazz Rock e Progressivo. A Satoko Fujii Orchestra NY inclui no seu alinhamento os seguintes músicos: Oscar Norriega e Briggan Krauss no alto sax, Ellery Eskelin e Tony Malaby no tenor sax, Andy Laster no baritone sax, Natsuki Tamura, Herb Robertson, Steven Bernstein e Dave Ballou no trompete, Curtis Hasselbring, Joey Sellers e Joe Fiedler no trombone, Satoko Fujii no piano, Stomu Takeishi no baixo e Aaron Alexander na bateria. Desculpem-me os termos em Inglês mas não sei como se chamam os instrumentos em Português. As composições são todas de Satoko Fujii mas foram feitas a pensar nos músicos. Passo a explicar. Em cada um dos temas há dois solistas, e todos os músicos têm a sua oportunidade de improvisar sobre o trabalho de Fujii. Ao longo de 8 temas em pouco mais de 1 hora temos a oportunidade de desfrutar das capacidades de cada um dos músicos envolvidos. Gosto das composições, gosto dos solos, gosto de todo o conceito. E o que gosto mais, não só neste disco, mas em todos os anteriores, é que é tudo gravado em apenas um dia de sessão. Nada mais! O que sai na altura é o mais puro, natural, directo e espontâneo. Recomendo vivamente. 90% Libra Records: http://www2s.biglobe.ne.jp/~Libra/

Double Duo – Crossword Puzzle (2007) – Libra Records
Ufa! Finalmente o último disco a revisar! Este Double Duo foi um projecto de ocasião única, de improviso ao vivo e que estava composto por dois duos (daí a designação) de piano / trompete. Os músicos intervenientes foram Angelo Verploegen (trompete, idealizou o projecto), Misha Mengelberg (paino), Natsuki Tamura (trompete) e Satoko Fujii (piano). São dois temas improvisados ao vivo no Bimhuis em Amsterdão, na Holanda, que foram transmitidos e gravados pela rádio VPRO, a 22 de Setembro de 2005. A duração atinge os 43 minutos e meio. Como qualquer sessão de improviso, tem os seus pontos altos e baixos. Há certas passagens que funcionam melhor, outras que nem por isso. Serve sobretudo como testemunho do que foi aquela noite, com estes 4 fantásticos músicos, e das suas capacidades como intérpretes, compositores e as suas capacidades de improvisar sob pressão (leia-se: ao vivo). 75% Libra Records: http://www2s.biglobe.ne.jp/~Libra/
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RDS

V/A – Gallaecian Metal Compilation 2CD (2007) – Falcatruada

Duplo CD vindo da Galiza e que engloba 26 bandas / temas das mais variadas facetas do mundo do Metal: Hard Rock, Heavy, Thrash, Death, Black, Doom, Crossover, Progressivo, Gothic Metal, etc. Esta é uma edição que pretende promover e divulgar a cena Underground actual da Galiza, no que ao Metal diz respeito.
A iniciativa é de louvar e o mesmo devia ser feito em Portugal. Já houve em tempos essa preocupação mas deixou-se morrer. O pouco que se faz hoje em dia ou não tem a máxima qualidade, faltando-lhe algum trabalho extra para tornar a edição num objecto essencial e de culto, ou então são as habituais colectâneas on-line gratuitas, que não têm o mesmo factor de sedução que o CD, LP ou K7 nas nossas próprias mãos. Alguém ainda se lembra da mítica colectânea em duplo LP “The Birth Of A Tragedy”? Eu tenho um exemplar, he, he! Saudosismos à parte, continuo com a crítica a este lançamento.
O som é extremamente heterogéneo, o que é normal num lançamento deste género, mas isso não é o pior, o pior é mesmo o som de gravação de algumas bandas ser mesmo muito mau! Algum do material provém de discos e outro de maquetes. Ora, algumas das maquetes parecem mesmo ser ter sido gravadas no local de ensaio. Hoje me dia não há desculpa para esse tipo de som péssimo! Isso era nos bons velhos tempos em que ainda se tinha que lutar para fazer algo minimamente decente! Hoje até no quarto, no próprio computador se grava material com boa qualidade! Pessoalmente, gosto mais de algumas bandas que de outras, mas aqui isso não interessa, o que interessa mesmo é a divulgação da cena Galega de Metal. Cada um que compre, ouça, e escolha as suas preferências. Depois é só seguir as pisadas dessas bandas.
O livrete inclui um pequeno texto introdutório, fotografias das bandas, assim como informações básicas das mesmas (morada, website, discografia e line-up). Nem precisa de mais nada, está bom assim mesmo! As bandas envolvidas são (por alinhamento nos CDs): Trashnos, Codename, Tevra, Orfos, The Mirage, Sister Moon, Freedom Xlave, Ardegan, Talesien, Estrella Negra, The Fishfuckers, Icewind, In-Verno, Shroud Of Tears, Fallen Sentinel, Kathaarsis, Karnak, Descent, Skydancer, Unreal Overflows, Esenia, V-Zero, To Nowhere, Brokenflow, FaZE, Neira.
Uma colectânea para a Galiza, Espanha, Portugal e o mundo. 80%

RDS

AZTEC MUSIC

A Aztec Music é uma editora Australiana direccionada, maioritariamente, para re-redições de clássicos Australianos da década de 70 / inícios dos 80s, nas linhas do Hard, Heavy, Progressive e Classic Rock. Tenho em mãos 9 dessas re-edições, as quais passo a apresentar.

Buffalo – Volcanic Rock (1973, Re-release 2005) – Aztec Music
Uma das maiores bandas da cena Heavy Rock dos 70s na Austrália. Este é o segundo disco e, na minha modesta opinião, a obra-prima destes “aussies”. O disco foi devidamente remasterizado a partir dos masters originais e inclui um livrete de 24 páginas repleto de material interessante. Além dos temas da versão original, incluem-se aqui 2 bónus, uma versão single de “Sunrise (Come My Way)” em mono, e uma versão ao vivo de 73 de “Shylock” de 1973. Heavy Psych Rock com muito groove, uma toada doomy em certos momentos e riffs geniais. Todos os temas são fantásticos mas os meus favoritos são o tema de abertura “Sunrise” e o explosivo “Shylock”. 90%

Buffalo – Mother’s Choice (1976, Re-release 2006) – Aztec Music
Quarto disco para os Buffalo. À semelhança do anterior, este disco também foi remasterizado e inclui um livrete de 20 páginas com muita informação, fotografias, entrevistas, etc. Neste álbum mudam um pouco o seu estilo, deixando para trás algum do Hard Rock setentista que os caracterizava e abrangendo um som mais Southern Rock, com alguns toques de Rock ‘N’ Roll dos 60s. Não é sonoridade que me agrade muito mas há aqui alguns bons temas como “Long Time Gone”, “Honey Babe”, “Lucky” ou a versão de “Sweet Little Sixteen” do mestre do Rock ‘N’ Roll Chuck Berry (há ainda outra versão deste senhor no disco, “Little Queenie”). Uma nova fase dos Buffalo, apenas para os apreciadores do género ou fãs die-hard dos Buffalo. Os temas bónus são “The Girl Can’t Help It” (B-Side de “Little Queenie”) e “On My Way” (B-Side de “Lucky”). 70%

Buffalo – Average Rock ‘N’ Roller (1977, Re-release 2006 – Aztec Music
Quinto e último trabalho antes da dissolução da banda. Este já não conta com a participação do baixista Pete Wells, o qual, insatisfeito com a direcção musical, saiu para formar os míticos Rose Tattoo, trocando as 4 pelas 6 cordas. A reedição segue os mesmos padrões das anteriores com os temas remasterizados, bónus e livrete com 20 páginas repletas de informação e fotografias. O som deste último capítulo na discografia dos Buffalo é muito mais orientado para o Rock ‘N’ Roll dos 60s mencionado atrás. Houve uma tentativa conscienciosa de fazer um disco mais comercial. Mais uma vez, não é o tipo de música a que os fãs de Buffalo estavam habituados, daí os dois últimos discos não serem, mesmo hoje em dia, tão aclamados como os 3 primeiros. De qualquer modo, temas como “You Say”, “Average Rock ‘N’ Roller” ou “Bad News” são boas faixas de Rock clássico. O fantástico semi-épico “Heroe Suite” encerra o disco, e até metaforicamente a carreira dos Buffalo, em grande. Como bónus temos dois temas pertencentes a um single a solo do vocalista David Tice, datado de 1976. São duas versões, “I Don’t Want To Spoil The Party” dos Beatles e “Sweet Little Rock ‘N’ Roller” de Chuck Berry. Apenas para fãs dab nada e completistas. 70%

Rainbow Theatre – The Armada (1975, Re-release 2006) – Aztec Music
Reedição do fantástico disco de estreia dos Rainbow Theatre, devidamente remasterizado, com livrete de 20 páginas plenas de informação e fotografias, além de um tema extra. Ao todo são 5 temas (mais o bónus faz 6) em que se faz uma fusão de Rock Progressivo com Jazz Rock e música clássica, sempre com uma toada teatral e de ópera rock. As influências passam por nomes tão diversos como Stravinsky, Wagner, King Crimson, Mahavishnu Orchestra, entre outros. Épicos temas que rondam os 14 e 15 minutos de duração alternam como interlúdios de minuto e meio naquela que é uma obra-prima da cena progressiva, de Austrália em particular e dos 70s em geral. A fechar este CD temos o épico “Icarus (From Symphony No.8)”, composto por Julian Browning, guitarrista da banda, e gravado em 1996, não pela banda, mas pela Melbourne Grammar Symphony Orchestra, conduzida por Martin Rutherford. Recomendo vivamente! 100%

Kahvas Jute – Wide Open (1971, Re-release 2006) – Aztec Music
Mais uma reedição que segue os parâmetros habituais da Aztec Music, ou seja, tudo muito bem feito, remasterizado, livrete completo, bónus. Os Kahvas Jute têm em “Wide Open” um colosso de proporções épicas de Psychedelic Hard Rock mas, como o título do álbum indica, livre de incluir outros géneros como Progressive, Blues, Jazz e Acid Folk. São 9 temas do registo original e 5 bónus ao vivo (entre estes uma versão de “Politician” dos Cream), os quais foram gravados numa reunião de 2005 (futuramente disponível em DVD). Até hoje um dos álbuns mais procurados da cena progressiva Australiana, vê finalmente uma edição digna. Recomendo vivamente aos fãs de Progressive / Psychedelic / Jazz Rock. Para quem não sabe, desta mesma banda saiu o senhor Bob Daisley, o qual tocou o baixo para nomes como Rainbow, Black Sabbath, Ozzy Osbourne, Gary Moore, Uriah Heep, etc. 95%

Cybotron – Implosion (1980, Re-release 2006) – Aztec Music
Terceiro disco, e último, para os Australianos Cybotron, datado de 1980. São 6 fantásticos temas de fusão Prog e Krautrock aqui devidamente remasterizados, com 20 páginas repletas de informação, entrevistas, fotografias, acompanhados de 6 temas extra, cindo deles do incompleto e nunca editado álbum de 1981, “Abbey Moor”, e o outro uma curiosa versão de “Peter Gunn Theme“ de Henry Mancini. Estes temas do álbum não editado foram deliberadamente compostos com base numa aproximação mais comercial da música dos Cybotron. Não me agrada tanto o resultado final como o do disco principal, mas é interessante a versão de guitarra de “Eureka”. “Implosion”, esse sim, é um disco fabuloso que eu recomendo a todos os apreciadores de nomes como Pink Floyd, Tangerine Dream, Can, Neu, Faust, Kraftwerk, Amon Düül II, Goblin e Zombi. 95%

Coloured Balls – Ball Power (1973, Re-release 2006) – Aztec Music
Colored Balls – Heavy Metal Kid (1974, Re-release 2006) – Aztec Music
Lobby Loyde – Obsecration (1976, Re-release 2006) – Aztec Music
Banda Australiana de Hard Rock / Rock ‘N’ Roll / Proto-Punk que lançou estes dois discos e uma série de singles. A denominação da banda era, originalmente, Coloured Balls, mas na altura do segundo álbum deixaram cair o “U”, devido a um erro por parte do desenhador da capa. Entre os dois discos temos toda a discografia da banda, desde 1972 a 1975, os dois álbuns, os singles, um single nunca antes editado e ainda um tema ao vivo. 38 temas ao todo. A juntar à música, o habitual livrete completíssimo, em ambos discos. Uma banda incompreendida no seu tempo, diversas pressões que a levaram a acabar, tornou-se um marco na história do Rock Australiano.
Além da reedição de todo o material dos Coloured Balls, a Aztec Music também reeditou o disco a solo de Lobby Loyde (vocalista / guitarrista), “Obsecration” (segundo parece, apenas gravaram em noites de lua cheia, ao longo de 3 meses). Além do álbum inclui-se como bónus um single a solo de 1975, assim como o EP nunca antes editado “Too Poor To Die”, sob a designação Lobby Loyde & Southern Electric. No álbum principal a sonoridade é mais experimental, psicadélica e dark, enquanto que no single é mais 60s Rock e no EP é mais Hard / Psych Rock dos 70s.
Indispensável para coleccionadores. 80%
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Nemo - x4

Nemo – Immersion Publique – Live (2005) – Quadrifonic
Nemo – Si Partie 1 (2006) – Quadrifonic
Nemo – Si Partie II: L´Homme Idéal (2007) – Quadrifonic
Nemo – Les Enfants Rois (CDS 2007) – Quadrifonic

Os Nemo são Franceses e tocam Progressive Rock / Metal com influências jazzísticas, de fusão e alguns toques sinfónicos, totalmente vocalizado em Francês. Pelas capas dos discos anteriores suponho que o nome da banda venha de algum fascínio pela obra de Jules Verne, e em especial de “As 20.000 léguas submarinas” (onde aparece o personagem mais famoso de Jules Verne, o enigmático Capitão Nemo).
Em 2005 lançaram o seu disco ao vivo “Immersion Publique” (75%), o qual contém 8 temas em cerca de 58 minutos. O som não é dos melhores mas também não é mau, pelo contrário, soa como um verdadeiro álbum ao vivo e não soa plástico (leia-se: sobre-produzido posteriormente em estúdio). O público é que, ou era pouco, ou pouco entusiasta, porque quase não se ouve. Gostei do que ouvi, mas não posso adiantar muito mais porque não conheço os temas de estúdio. Os discos ao vivo nunca são a melhor maneira de uma pessoa se introduzir à música de uma banda, daí eu passar à frente, aos discos de estúdio novos, até porque este já é datado de 2005.
Segue “Si”, um trabalho conceptual, dividido em duas partes, baseado numa história fictícia sobre manipulação genética. A primeira parte, “Si Partie I” (80%) é lançada em 2006, contém 5 temas que atingem os 58 minutos de duração. A abertura com “Douce Morte” (2 partes) faz-se em tons sinfónicos e depois prossegue na linha Progressiva. “Ici, Maintenant” é mais lento e introspectivo, tendo apenas um pequeno acesso de “fúria” mais para o final, para acabar novamente de modo semi-acústico. A dualidade introspecção / “fúria” (a recair mais nesta última) regressa em “Miroirs”, tema ligado ao anterior, linha progressiva / sinfónica. “Si”, o tema título, ronda os 8 minutos, inicia lento e mais calmo, dualidade que a banda explora muito neste trabalho, sendo a segunda metade mais apoiada nas guitarras. Fecha-se em grande com “Apprentis Sorciers” de 20 minutos e dividido em 5 partes ou capítulos. É o tema mais heterogéneo, experimental e ousado deste disco. O meu favorito.
“Si Partie II” (85%) é lançada no ano seguinte, 2007, contém 10 temas em 56 minutos e meio, e é mais baseado no formato de canção que o seu predecessor. Pode ser ouvido faixa a faixa ou como um todo (as faixas estão ligadas entre si). O estilo não muda muito, mas aqui adoptam uma atitude mais roqueira e directa, em contraste com a inclinação sinfónica da 1ª parte. Em certas alturas é também mais experimental e ousado que o anterior, o qual segue uma orientação mais linear e clássica do estilo. A produção também sofreu um acréscimo de qualidade. O complemento perfeito para a 1ª parte.
Para finalizar, o single “Les Enfants Rois” (85%), o qual foi lançada pouco antes da 2º parte de “Si”. Além do tema título retirado do álbum, inclui-se uma fantástica versão sinfónica de “Diary Of A Madman” de Ozzy Osbourne e um instrumental inédito para o single. O tema título é o mais roqueiro da banda até hoje, uma nova faceta dos Nemo. Um pequeno complemento para a dupla acima descrita.

http://www.nemo-world.com/ / www.myspace.com/prognemo / http://www.quadrifonic.com/ / http://www.jplouveton.com/

RDS